sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Primeiro encontro da Mocidade fora do Cantinho

E aí gente, aqui quem fala é o Lucas, integrante da Mocidade e um dos coordenadores do blog, vim aqui para falar um pouco do nosso último encontro da Mocidade.

O nosso encontro do último sábado aconteceu, excepcionalmente, fora das paredes do Cantinho. Devido a obra que a Casa vem sofrendo, não pôde ocorrer o encontro no Cantinho, então resolvemos fazer a Mocidade fora de lá, para não ocorrer nenhum atraso na programação.

A Mocidade transcorreu normalmente, e seguimos o roteiro de sempre.
Na primeira parte fizemos a leitura e a interpretação do Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap: XXVIII, Itens: 11 ao 41, Preces Pessoais).

Na segunda parte nós fizemos uma introdução para o estudo do Novo Testamento da Bíblia, onde vimos um resumo, pequeno, sobre o Velho Testamento.

Aí vão duas fotos da Mocidade:





Até a próxima!


domingo, 16 de janeiro de 2011

A Hora do Estudo - Espiritismo? É de comer?

Oi, pessoal! Aqui é a Adriana. Sou coordenadora da comissão de Integração da Mocidade e nerd de plantão desse blog. Estou começando a coluna A Hora do Estudo, onde vou falar do básico do básico do Espiritismo. A mocidade começou a estudar o Livro dos Espíritos, então, acredito que será a oportunidade perfeita para que eu mesma refresque minha memória sobre os pontos básicos da doutrina e passe a vocês.

Quero começar por duas perguntas básicas: "Espiritismo? É de comer?", "Livro dos Espíritos? Isso morde?". Pode parecer tolo aos espíritas que estão lendo aqui, mas na hora que alguém nos faz essa pergunta a queima roupa, não é todo mundo que tem a resposta prontinha para oferecer. Sendo assim, vamos lá.

1 - Espiritismo? É de comer?

Espiritismo. De neologismo ("barbarismo", na opinião de alguns) a palavra que está na boca do povo para designar qualquer coisa que envolva "espíritos", a palavra percorreu uma longa jornada. Oficialmente, "espiritismo" foi uma palavra nascida em 1857 com a publicação d'O Livro dos Espíritos.

Mas antes de falar disso, deixem-me fazer uma panorâmica dessa época. Em 1848, o mundo conheceu o chamado Caso Fox. De acordo com a família Fox, de Hydesville, nos EUA, pancadas de origem misteriosa surgiam em sua casa e, pela iniciativa de uma das meninas do casal, descobriu-se que as pancadas respondiam perguntas. Com o tempo, o autor das pancadas se identificou como o espírito de um caixeiro-viajante, que alegava ter sido assassinado naquela casa e enterrado na adega. Nenhum corpo foi encontrado na época de maior interesse pelo caso, mas isso não impediu as irmãs Fox de se apresentarem como médiuns e paranormais por muitos anos. Escavações posteriores e mais profundas, ainda em 1848, encontraram uma tábua enterrada e, sob ela, restos de cabelos e ossos humanos, mas nada mais. A partir desse caso, uma verdadeira epidemia de casos semelhantes assolou o mundo. A forma mais comum de manifestação era uma mesa que, ao ser tocada por várias pessoas, flutuava um pouco acima do chão e começava a dar pancadas com uma das pernas, para responder a perguntas - as chamadas mesas girantes.

(Observação: 56 anos após os fenômenos de Hydesville, crianças brincavam na adega da “casa assombrada” dos Fox e encontraram indícios estranhos em uma parede. A investigação dos mesmos levou à descoberta de um esqueleto completo com vestígios de violência, juntamente com uma lata típica de caixeiros-viajantes. A notícia foi dada no Boston Journal, em novembro de 1904.)

Esses fenômenos chamaram a atenção de pesquisadores do mundo todo. A princípio, a teoria aceita é que eles deviam ser fenômenos de ordem eletromagnética (lembremos que a eletricidade e seus fenômenos ainda eram poucos conhecidos nessa época), mas as demonstrações de inteligência das pancadas intrigaram a todos. Seria uma forma particularmente elaborada de embuste? Estaria o mundo diante de inteligências das quais nunca havia suspeitado? As opiniões até hoje divergem enormemente. Muitas teorias foram criadas e caíram por terra. Um exemplo famoso é a teoria que diz que as pancadas nos móveis eram, na verdade, criadas pelo estalo de um músculo da perna dos médiuns. Ainda hoje, esse argumento é usado como curinga por opositores do espiritismo, que esquecem convenientemente de citar que o estalo do músculo é uma condição patológica rara e que as pancadas nem sempre eram só ouvidas pelos presentes: frequentemente, eles podiam sentir o móvel em questão vibrar em consequência dos impactos.

Um dos estudiosos mais obstinados e mais zelosos desse estranho fenômeno foi o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que adotaria o pseudônimo de Allan Kardec, mais tarde. O prof. Rivail, homem conhecido por ser muito sistemático (ele chegou a construir uma tabela mnemônica da história da França que era razoavelmente famosa em sua época), evitou emitir qualquer parecer sobre as mesas girantes no princípio. Foi a várias sessões, conheceu vários médiuns, afastou casos claros de embustes, perguntou, obteve respostas, comparou comunicações obtidas. As conclusões do prof. Rivail, em suas próprias palavras, foram:

a) Um efeito inteligente tem uma causa inteligente.
Se as pancadas respondem perguntas usando uma linguagem articulada, forçosamente são causadas por uma inteligência e não por um simples fenômeno magnético. Essa inteligência pode pertencer ao médium ou ser externa a ele.

b) Se a inteligência da comunicação excede a do médium, deve vir de fonte externa.
Nas observações de Kardec, ele fala de analfabetos que escreviam mensagens em diversas caligrafias, de pessoas que mal tartamudeavam o francês, mas em transe mediúnico, podiam se comunicar fluentemente em diversas línguas, de respostas corretas que eram dadas a perguntas que sequer eram ditas em voz alta. Para ele, isso era prova de que alguma inteligência externa agia através do médium.

Restava saber quem era essa inteligência externa. Elas próprias se identificaram como sendo espíritos. E foram além, dizendo que já estiveram vivos na Terra, no passado e que voltariam a ela, no futuro.

A partir daí, o prof. Rivail começou a enviar perguntas de ordem filosófica (“Que é Deus?”, “Os outros planetas são habitados?”, “Qual o papel do Homem sobre a Terra?”) a diversos médiuns e passou a compilar, comparar e estruturar as respostas obtidas. O resultado desse trabalho paciente e minucioso foi publicado com o nome de O Livro dos Espíritos, onde some da cena dos estudos espirituais o prof. Rivail para dar lugar a Allan Kardec, pseudônimo que ele usaria até sua morte.

Até essa data, todas as teorias e filosofias nascidas do estudo das chamadas "mesas girantes" tinham o nome genérico de espiritualismo, movimento particularmente forte na Inglaterra. Como a palavra "espiritualismo" já tinha um significado bem definido no dicionário ("crença em tudo aquilo que transcende a matéria"), Allan Kardec, batizou a filosofia que acabava de compilar como "espiritismo" e seus adeptos, de “espiritistas” ou “espíritas”. Muitas pessoas o acusaram de criar barbarismos, desfigurar a língua francesa, entre outras coisas, mas o vocábulo “espiritismo” foi um sucesso tão grande que logo foi incorporado aos dicionários franceses. A força da substituição proposta por Kardec foi tal que o livro de Conan Doyle, “The History of Spiritualism”, foi traduzido como “História do Espiritismo”, no Brasil.

O Espiritismo é, hoje, incluído no rol das religiões, sendo um movimento predominantemente brasileiro (Casas Espíritas no exterior geralmente são obra de brasileiros ou amigos de brasileiros). É difícil definir apropriadamente o que é o Espiritismo. Religião? Ciência? Filosofia? A princípio, é uma filosofia nascida da observação cuidadosa de fenômenos, que têm algumas conseqüências religiosas.

A gênese do Espiritismo tem espírito científico (com o perdão do trocadilho), mas é preciso fazer uma ressalva: o espírito de uma ciência humana, como a psicologia. Qualquer um que tente defendê-lo como uma ciência exata ou biológica, ou que diga oferecer experimentos estatísticos e reprodutíveis em laboratório, está mentindo. É muito fácil se esquecer de que espíritos são seres humanos com personalidades e caprichos, não forças da natureza que sempre se manifestarão se as condições forem adequadas. Hoje, raramente se faz ciência espírita, especialmente aquela relacionada aos estudos de fenômenos mediúnicos. O mais comum é vermos pesquisadores aplicando idéias espíritas a ciências já estabelecidas, em busca de uma explicação para certos fenômenos ainda não esclarecidos. Como exemplo, temos Associação Médico-Espírita e grupos de pesquisa associados a ela. Quem quiser conhecer o trabalho da Associação pode ir ao site deles e se inteirar de suas atividades: http://www.amebrasil.org.br/portal/?q=node/34

O Espiritismo tem sua vertente de movimento religioso, que se tornou mais forte quando ele aportou no Brasil, uma vez que os espíritos se manifestaram sobre idéias religiosas, como Deus, céu, inferno, moralidade e vida após a morte. O livro-expoente do braço religioso do Espiritismo é O Evangelho Segundo o Espiritismo, onde Kardec examina os evangelhos (particularmente parábolas e o Sermão da Montanha) sob a ótica espírita. O livro-expoente de sua vertente filosófica é O Livro dos Espíritos e seu livro-expoente do braço científico é O Livro dos Médiuns.

2 – O Livro dos Espíritos? Isso morde?

Falei um bocado o nome dele, agora é hora de falar sobre ele. Vocês certamente já o viram em alguma livraria, na seção de Literatura Espírita. Bom, esse é, talvez, um dos livros mais importantes de toda Literatura Espírita. É verdade que os livros psicografados aqui no Brasil, pelo Chico, pelo Divaldo Franco e vários outros médiuns de boa vontade trazem muitos conhecimentos interessantes e importantes. Mas é n'O Livro dos Espíritos, na forma de perguntas e respostas, que se encontram resumidos os principais pontos que todo espírita deve ter na ponta da língua.

O que tem n'O Livro dos Espíritos? Logo na contracapa, descobrimos que ele tem um longo subtítulo. Ele, na verdade, se chama: "O Livro dos Espíritos, contendo os princípios da doutrina espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da Humanidade, segundo o ensinamento dado pelos Espíritos superiores com a ajuda de vários médiuns". Ufa! Kardec praticamente pôs o índice do livro no subtítulo.

Vocês podem baixar o LE (como carinhosamente chamamos o Livro dos Espíritos) no portal Domínio Público e em vários outros lugares. Aqui vai um link para os mais afoitos: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ph000028.pdf

Agora que já tiveram uma chance de folheá-lo e matar a curiosidade, vamos a alguns fatos sobre o LE. Ele foi lançado em 18 de abril de 1857 e é fruto de muitos anos de esforço de Allan Kardec, que já citamos no item anterior (e não, ele não jogava futebol, juro). Por ora, apenas direi que ele era um educador, com muitos trabalhos publicados na área, e tinha razoável respeitabilidade nesse campo. Foi isso que o fez adotar o pseudônimo: ele não queria que as pessoas confundissem seu trabalho de Educação com sua publicação espírita.

Isso é importante porque a marca do educador está presente na esturtura de perguntas e respostas do livro. A capacidade de síntese de Kardec fez com que ele se restringisse aos temas mais básicos, a partir dos quais o leitor pode deduzir respostas sobre questões mais específicas.

O LE é dividido em cinco livros menores e tem 1018 questões (algumas edições têm um pequeno erro de contagem, cometido por Kardec, que faz com que o último número seja 1019 - isso acontece, por exemplo, nas edições da Federação Espírita Brasileira, a FEB, onde está suprimida a questão 1011). Todas essas questões foram respondidas por vários espíritos, com o auxílio principal de três médiuns (três garotas adolescentes), mas a maior parte das perguntas foram submetidas a vários outros para efeitos de comparação de respostas. Kardec se refere, vagamente, a "mais de dez médiuns" e diz que não os discriminou simplesmente porque não era necessário – afinal, o trabalho todo tinha sido dos espíritos. Em 1860, foi lançada uma segunda edição revisada, que é a que se traduz, atualmente.

Qualquer um que queira ser um advogado/divulgador do Espiritismo ou um acusador sério do mesmo tem a obrigação moral de ler o livro de estudar capa a capa. Só assim a base do conhecimento espírita estará sólida. Entendam, eu não disse que um espírita é obrigado a conhecer de cor o LE. Conheço muita gente simples, caridosa e comprometida com sua reforma íntima, mas que mal sabe ler. E, ainda assim, são mais espíritas que qualquer outra pessoa. O que eu defendo é que alguém que queira ser um porta-voz do Espiritismo e não tiver estudado detidamente pelo menos o LE não está fazendo bem seu trabalho.

Além d’O Livro dos Espíritos, os outros livros da Codificação Espírita (o trabalho de Kardec) são: O Livro dos Médiuns (LM), O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), A Gênese e O Céu e o Inferno. Outros livros de Kardec, que complementam a Codificação, são: “O que é o Espiritismo?”, o guia do iniciante espírita, e “Obras póstumas”, que fala um pouco dos bastidores da codificação e desenvolve mais alguns temas.

A Mocidade Espírita Maria Teixeira Perez, além do LE, também estuda regularmente o ESE em suas reuniões.

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Bom, gente, por hoje é só (!). Na próxima coluna, continuarei fazendo a introdução ao Espiritismo. Com a ajuda de Conan Doyle e outras fontes, quero fazer um resumo do caso polêmico das irmãs Fox e outros médiuns famosos do século XIX. Até lá.


FONTES E LEITURAS RECOMENDADAS:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O que é o Espiritismo? – Allan Kardec
Obras Póstumas – Allan Kardec
A História do Espiritismo – Arthur Conan Doyle
ABC do Espiritismo - Victor Ribas Carneiro (o conteúdo está disponível clicando AQUI.)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Inauguração de nosso 1º blog

Oi galera, nós da comissão de divulgação da mocidade espírita Maria Teixeira Peres estamos aqui para criar nosso 1º blog, e a partir de agora já agradecemos a todos os colaboradores e leitores do blog!

Nosso primeiro e principal objetivo é divulgar a mocidade e o que aconteceu nas reuniões, o espiritismo e quando houver algum evento. Mas a partir do momento que o blog estiver em pleno funcionamento colocaremos sugestões de livros e músicas espíritas e muito mais.

A mocidade espírita Maria Teixeira Peres se reúne todos os sábados às 17:10 no Centro Espírita Manoel Maria da Silva (CEMMS) "Cantinho de Jesus".

Na reunião de hoje nós decidimos a programação do ano de 2011.
Aqui se seguem algumas fotos da reunião de hoje.




Nosso 1º post!!!!!! \o/